Tem quem chegue ao consultório carregando essa pergunta como quem aguarda uma sentença. E o medo do remédio, muitas vezes, é maior do que o medo da dor.
Que medo é esse? Medo de perder o controle. De mudar quem se é. De depender de algo para existir. Eu compreendo esse medo, de verdade.
E aqui vai a resposta mais honesta que posso oferecer: não, nem todo tratamento psiquiátrico precisa de medicação.
Existem casos em que a escuta, a psicoterapia, o ajuste no estilo de vida e o resgate de vínculos são suficientes para reorganizar o que estava em descompasso.
Mas há momentos em que a dor é funda. Onde o corpo já esqueceu como dormir, respirar sem susto, acreditar que o mundo ainda pode ser seguro.
Nessas horas, a medicação pode funcionar como uma brasa que ainda não morreu — e que, com o sopro certo, volta a acender.
Ela não apaga sua história.
Não anula sua essência.
Não te transforma em outro.
Uma boa medicação é isso:
um calor que reaparece quando tudo parece frio demais.
Um fogo que aquece, conforta, e devolve à vida.
Nem toda tristeza é depressão.
Nem toda ansiedade precisa de comprimido.
Mas quando o sofrimento rouba sua liberdade, seu sono, sua esperança — buscar ajuda faz toda a diferença.
Medicar, às vezes, é um gesto de autocuidado.
Um ajuste químico para que a alma volte a respirar.
E aqui, tratamento é sempre um caminho em conjunto.
Nada é imposto. Tudo é conversado.
Porque o objetivo nunca será apenas aliviar sintomas.
Será sempre te devolver — de um jeito inteiro — à vida que te espera.
Com ou sem remédios.
Mas sempre com respeito.
—
Dr. Robson Miranda Costa
Médico Psiquiatra – CRM/SP 161745 | RQE 65782
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